sexta-feira, 19 de abril de 2013

PM ocupa novamente Aglomerado da Serra e atira em adolescente (BH)


Por Frente Revolucionária de Defesa dos Direitos do Povo

O Aglomerado da Serra, na região centro-sul de Belo Horizonte, amanheceu cercado pela Polícia Militar no último dia 18 de março. Por volta das 8:50 h, disparos alertaram os moradores do morro e houve grande correria. Um adolescente de 16 anos foi baleado na perna por policiais em um beco enquanto tomava café da manhã acompanhado de uma criança de 3 anos de idade.
Os policiais tentaram levar o rapaz ferido para uma viatura, mas foram impedidos por um grupo de jovens:“Não deixa entrar na viatura de jeito nenhum. Vocês são covardes!” - gritou um homem que carregava o jovem para o carro de um conhecido que o levou a um hospital.
A alegação da PM para ocupar o Aglomerado da Serra e efetuar buscas foi uma “briga de gangues” ocorrida no domingo que deixou 13 feridos e um homem de 33 anos morto. Mas o fato é que o terror policial está instalado na comunidade desde o dia 26 de novembro do ano passado, quando um PM assassinou o servente de pedreiro Helenilson Eustáquio da Silva Souza, 24 anos.
Os moradores e familiares do jovem ferido se revoltaram, partiram para cima dos policiais apontando-os e exigindo a sua punição, cobrando das emissoras de TV que filmassem seus rostos. Uma repórter pergunta aos policiais: “Foram vocês que efetuaram os disparos?”, “Ele era um suspeito?”. Os policiais se retiram rapidamente, entram em uma viatura e fogem.
Horas depois de o jovem ser alvejado na perna, o comando da PM anunciou que “um cabo e dois soldados do 22º Batalhão foram presos em flagrante e estão à disposição da Justiça Militar”, que eles serão “afastados de suas funções” e que isso se tratou de um “fato isolado”, o que é uma mentira absurda.
Eem apenas dois anos, três pessoas foram comprovadamente assassinadas por policiais no Aglomerado da Serra. Após o assassinato de Helenilson, em novembro do ano passado, policiais da Rotam, Gate e Tropa de Choque ocuparam o Aglomerado, reprimiram brutalmente a população, abriram fogo contra pessoas que protestavam contra as atrocidades da polícia. Apesar das provas incontestes, o sargento da PM Dalson Ferreira Victor, assassino de Helenilson, recebeu o direito de responder o processo em liberdade até o caso ser julgado.
Em 19 de janeiro de 2011, Jeferson Coelho da Silva, 17 anos, e seu tio Renilson Veriano da Silva, 39, foram executados por policiais do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam). Nesse caso, os policiais montaram uma cena de crime simulando um tiroteio para tentar incriminar os jovens trabalhadores e justificar seus assassinatos.

 

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